(Foto: Internet)
O QUE ACONTECEU
->Marcola e o irmão Alejandro
Juvenal Herbas Camacho Júnior liberaram R$ 60 milhões para que integrantes da
facção nas ruas providenciassem o resgate do líder do PCC. Marcola está preso
no presídio federal de Brasília.
->O dinheiro vem do tráfico de
drogas. Segundo as investigações, Marcola chega a faturar R$ 5 milhões por
semana com negócios particulares.
->A suspeita é que os
integrantes do PCC tenham contratado quadrilhas de roubo a banco para a
operação. Os grupos escolhidos têm experiência em planejamento e logística de
ações aos moldes do "domínio de cidades" ou "novo cangaço".
->O encarregado pelo resgate
de Marcola seria Devanir de Lima Moreira, o Deva. Ele é apontado como o
responsável pelo PCC em ações na Bolívia e esteve com o líder da facção no
presídio de Presidente Venceslau em 2006.
->Deva foi condenado a 21 anos
de prisão por formação de quadrilha e envolvimento em três roubos. As ações
envolvem ataques contra joalherias e agências bancárias. Ele está foragido.
“Acreditamos
que [os R$ 60 milhões seriam usados] para pagar as cinco equipes de roubo a
banco do tipo 'novo cangaço' que participariam da ação." Lincoln Gakiya, promotor de Justiça.
OS PLANOS DE AÇÃO DO PCC
->Existem dois planos
diferentes orquestrados pela facção, o A e o B. Segundo Gakiya, um está
relacionado ao outro.
->O plano A, chamado de STF,
envolvia o resgate de Marcola "a qualquer custo" e começou a ser
desenvolvido em 2019. Em agosto do ano passado, uma das tentativas foi
frustrada pela PF. Em janeiro, Marcola teria voltado para o Distrito Federal
"contrariado e com a certeza de que seria resgatado.”
->O plano B, identificado como
STJ, estava pronto para ser colocado em prática, caso o A não desse resultado.
Inclui ataques e sequestros de agentes públicos para "causar caos e
desestabilizar a Segurança Pública" e foi interceptado pela PF na quarta
(22).
“Quando os
indícios apontaram que um dos alvos era o Moro, avisamos à família dele. As
provas foram confirmadas pela PF. O plano de atentado estava bem adiantado, com
aluguel de chácaras." Lincoln Gakiya, promotor de Justiça.
O PLANO B
->O plano para o atentado
contra o ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) estava pronto e não
foi deflagrado porque faltava a autorização de Marcola, segundo o MP.
->Esse plano contra
autoridades e agentes públicos começou a ser pensado em 2022, quando as
investigações identificaram recibos de pagamento de aluguéis de chácaras na
região metropolitana de Curitiba.
->O PCC investiu US$ 550 mil (R$
2,9 milhões) na organização do atentado contra Moro. Além das chácaras, o grupo
procurou por veículos blindados e armas.
->A PM fazia escolta de Moro
havia um mês. Após ser informada extraoficialmente sobre o plano do PCC, a
Secretaria da Segurança Pública do Paraná providenciou proteção armada à
família do senador.
As informações sobre a
investigação foram repassadas à reportagem por diferentes fontes ligadas à
operação da PF, ao sistema prisional federal e às forças de segurança do Paraná
e de São Paulo.